ESCORPIÃO FRITO
(Cingapura)
Ué, mas o escorpião não é venenoso? É, sim, mas como o bicho é cozido antes de ser
frito em óleo, as altas temperaturas do preparo desencadeiam uma reação química
que neutraliza o veneno. Aí, é só deglutir o bichão - inteiro mesmo, das garras até a
cauda. A espécie preferida é o escorpião-negro, que é maior e tem menos veneno que o
escorpião-marrom.
O escorpião é um prato admirado pela maioria dos povos asiáticos. Grande parte dos
países do continente degusta o petisco usando hashi, esse par de varetas usado para
levar a comida à boca.
FILÉ DE PEIXE VENENOSO
(Japão)
O tal peixe venenoso é o fugu ou baiacu, que tem muita tetrodotoxina, um veneno dez
vezes mais forte que o cianeto. Para que a iguaria não mate ninguém, o chef retira uma
bolsa perto das brânquias com o veneno. Depois, ele fura a bolsa e espalha sobre a carne
do peixe uma pequena dose da toxina, para provocar um certo "efeito alucinógeno" em
quem come!
Por causa dos riscos da ingestão do alimento, os cozinheiros e chefs de restaurantes são
exaustivamente treinados até ganharem o aval para preparar o fugu para consumo.
Mesmo assim, cerca de 20 pessoas morrem por ano, intoxicadas pelo veneno do peixe!
FAROFA DE FORMIGA
(Brasil)
O inseto aparece no cardápio rural brasileiro em certas áreas do Sudeste. A variedade
preferida é o içá ou saúva - uma formiga que, dizem, tem um gosto parecido com
amendoim. Além de consumida em farofas, ela também pode ser torrada com tempero
ou congelada para comer durante o ano. E faz bem! Como vários outros insetos, as
formigas são ricas em proteína, têm baixo teor de gordura e alto teor de fósforo.
Do outro lado do mundo, os chineses usam formigas para fabricar um vinho que é útil
no tratamento de reumatismo e no fortalecimento dos músculos e ossos.
MORCEGO À CAÇAROLA
(China, Vietnã, sudeste da Ásia)
Os morcegos que fazem parte do cardápio humano são os que se alimentam de frutas.
Escolhidos por não serem venenosos e por sua dieta saudável, os morcegos frutívoros
têm baixo teor de gordura e uma carne cuja textura é comparada à dos frangos. Além
da caçarola (um guisado com carne, vegetais e batatas), outras boas pedidas (quer dizer,
boas pelo menos para os povos asiáticos) são a sopa e a lasanha de morcego.
Os entusiastas da carne de morcego acreditam que ela aumenta a potência sexual
masculina e as chances de ter uma vida longa e feliz.
CANGURU AO VAPOR
(Austrália)
O hábito de comer cangurus começou com os nativos australianos, que cortavam o
animal em diversas partes e mandavam ver. Hoje em dia, a carne do bicho é picada e
cozida em vapor, com a adição de bacon, sal e pimenta para dar um temperinho. Não
sobra nada: até o rabo é aproveitado para fazer sopa! O gosto é comparado ao da carne
de avestruz, uma carne vermelha bem forte.
Os pratos feitos com canguru são vendidos em mais de 900 restaurantes, desde pizzarias
até serviços de quarto em hotéis cinco estrelas.
OMELETE DE LARVA DO BICHO-DA-SEDA
(Tailândia, China)
Na China, as larvas são fritas com cebola cortada e um molho grosso ou misturadas em
omelete com ovos de galinha. Se você não curtir a textura tenra do recheio, também dá
para comer a crisálida, a "embalagem" da larva, que parece uma casquinha crocante tipo
um salgadinho.
Na Tailândia, depois de ser incluída na lista de comidas locais, em 1987, a crisálida do
bicho-da-seda passou a ser adicionada às sopas na alimentação de crianças nas escolas
tailandesas.
SOPA DE CACHORRO
(Coréia do Sul, Sul da China, Hong Kong)
Eis o lado polêmico da diversidade cultural: para nós, ocidentais, comer esse prato
é uma tremenda cachorrada. Mas, entre os coreanos, o cão é considerado bastante
energético e, de acordo com a crença, melhora o desempenho sexual dos homens. Além
da carne dos au-aus, a sopa leva legumes e tem um cheiro forte, principalmente por
causa do tempero - em geral, especiarias como açafrão, cravo e canela.
A venda da carne de cachorro já foi proibida por causa de protestos de protetores
dos animais. Mas, em países como a Coréia do Sul, a fiscalização é frouxa e muitos
restaurantes continuam fornecendo o prato.
CÉREBRO DE MACACO
(África)
Séculos antes do Indiana Jones, os africanos já cultivavam o costume de deglutir miolos
de primatas. Anote o modo de preparo: primeiro, lave o cérebro (do bicho, claro) com
água fria. Depois, acrescente vinagre ou suco de limão, retirando membranas e vasos
sanguíneos da camada mais superficial. Conserve em salmoura e, finalmente, ponha
a iguaria para cozinhar. Em todas as espécies de macaco, o órgão é rico em fósforo,
proteínas e vitaminas.
Prefere outros cérebros? Tente o de gorila, considerado afrodisíaco. Na áreas rurais da
Europa, fazem algum sucesso os cérebros de porco, de cordeiro e de carneiro...
CALDO DE TURU
(Brasil)
O turu é um molusco de cabeça dura e corpo gelatinoso, tem a grossura de um dedo e
vive em árvores podres, caídas. Consumido na ilha de Marajó e no interior da Amazônia
vivo e cru, em caldo com farinha ou em moquecas, o bichinho é rico em cálcio e tido
como afrodisíaco. O gosto é semelhante ao dos mariscos.
O macaco-do-mangue também é um apreciador de turu. Os caçadores sabem disso e
abusam, passando pimenta no molusco. Quando o macaco come o bicho, o ardor da
pimenta desorienta o primata, tornando-o presa fácil dos caçadores.
CARANGUEJEIRA FRITA
(América do Sul, sul da África, Austrália)
É preciso muita coragem para mandar esse bichão peludo para dentro, certo? Mas
no caso da caranguejeira ou tarântula, as aparências enganam. Apesar de pavorosa, a
espécie não é venenosa - e é a mais consumida no mundo por ser maior que as outras
aranhas. A parte mais cobiçada é o abdômen do aracnídeo. É lá que fica a maior parte
da carne - na cabeça estão as vísceras e no restante do corpo não há muito mais o que
comer.
Nunca mais eu vou reclamar da comida da minha mãe.... kkkk
Kisses da Kaau*